
Nesse artigo realizamos uma discussão teórica focalizada na análise desenvolvida por um dos principais intelectuais negro e militante anti-colonial, Frantz Fanon, em sua obra Os condenados da terra (1961). Nosso propósito é compreender a especificidade de sua análise sobre a classe social marginal africana (o lumpemproletariado), sua postura política e a importância do seu engajamento na luta anticolonial. Partiremos de uma teoria social das classes sociais, buscando compreender quem é o lumpemproletariado, quais são suas possibilidades políticas e, a partir daí, demonstrar como a análise de Fanon promoveu uma releitura e reavaliação positiva sobre a postura política dessa classe social, fornecendo uma contribuição expressiva para a teoria social contemporânea e para
a luta cultural anticolonial.
Palavras-chave: Capitalismo subordinado africano; Classe marginal;
Luta anticolonial.https://drive.google.com/file/d/1YY3kdCLfTW8C1jYsdyRVNz4e6c4Z5fbL/view?usp=drive_link
Nota sobre avaliação editorial e qualidade efetiva no campo acadêmico
A publicação de artigos em periódicos qualificados é, para muitos de nós, pesquisadores, uma etapa essencial na difusão do conhecimento crítico e no reconhecimento de nossas trajetórias investigativas. Entretanto, é preciso problematizar uma contradição recorrente entre a qualificação formal de determinadas revistas e as condições concretas de funcionamento editorial que muitas delas oferecem.
O artigo “O lumpemproletariado em Frantz Fanon – uma força política anticolonial” foi aprovado para publicação na edição de julho-dezembro de 2024 da revista História: Questões & Debates, periódico com reconhecida qualificação no campo. No entanto, até o presente momento (maio de 2025), sua publicação oficial não foi efetivada. Apesar dos esforços de contato, a comunicação institucional tem se mostrado falha, com ausência de respostas a e-mails, mensagens e questionamentos submetidos à plataforma editorial da revista.
Este não é um caso isolado, mas sintomático de um problema mais amplo: a distância crescente entre a avaliação baseada em indicadores formais e a experiência concreta dos autores no processo editorial. Essa situação reforça a necessidade urgente de construirmos critérios avaliativos mais sensíveis à qualidade real do trabalho editorial — que considerem o compromisso com prazos, a seriedade na comunicação e o respeito ao trabalho dos pesquisadores, sobretudo em tempos nos quais o produtivismo acadêmico pressiona cada vez mais a dinâmica da pesquisa e da publicação.
Mais do que um desabafo, este é um chamado à reflexão: é possível falar em excelência editorial quando o processo relega ao silêncio e ao esquecimento autores e artigos que, paradoxalmente, sustentam a própria reputação da revista?