O fenômeno pode parecer banal ou até cômico à primeira vista. Mas sua existência e difusão revelam uma dimensão muito mais perturbadora: a completa instrumentalização do afeto e da carência humana. Em um mundo onde a vida é banal, os vínculos dissolvidos e a maternidade tornada impossível ou dolorosa por exigências econômicas e biológicas, o capital encontra uma nova mercadoria para vender: o substituto simbólico de um vínculo que ele próprio destruiu.
A espetacularização desses bonecos, promovida por influenciadoras digitais e canais sensacionalistas, transforma a dor e o vazio em entretenimento emocional. Trata-se de uma versão vulgarizada da maternidade: sem riscos, sem partos, sem noites em claro — apenas o simulacro do amor materno em forma de silicone e tinta.
O bebê reborn é, enfim, a caricatura do cuidado em tempos de abandono sistemático. Um sintoma, não uma causa. Mais um espelho de uma sociedade incapaz de oferecer humanidade real, mas que nos vende — a peso de ouro — sua imitação mais patética.
Diz aí meu brother. Artigo compartilhado na página do Núcleo-SP ( Facebook e Instagran ) e na minha página pessoal do Facebbok. Abraço !!!!
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